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Desenhos – Mário Cravo Júnior

Desenhos – Mário Cravo Júnior

R$40,00

Autor(a): Mário Cravo Júnior

Categoria: Desenho

ISBN: 8572780440

Dimensões: 30 X 21,5 X 1 cm

Edição:  1 – 1999

 Idioma: Português

 Páginas: 120

“O resultado da venda deste produto é destinado aos projetos culturais da Fundação Casa de Jorge Amado.”

SKU: 547 Categorias: ,

A história da Arte no século XX nos fez pensar em termos infinitos, talvez como premonição do rumo à integração cultural que estamos vivendo. Encerrado o ciclo da Arte Moderna, a função precípua do artista consiste na percepção e no conhecimento do fenômeno artístico como processo e meio de entendimento e, sobretudo, na convicção da resistência em que deve enfrentar a tradição de todo um passado de cultura visual. O artista de hoje não pode refazer o elo perdido entre o moderno e o contemporâneo. No labirinto dos fenômenos determinados pela transformação da cultura no mundo atual, o artista deixou de ser criativo, passando a ser reflexivo um indivíduo comum, só que tocado pelo sentimento da arte, que já não é mais instrumento de domínio intelectual, é algo suscetível de despertar paixões, pró e contra, de atrair e, até mesmo, de convocar a participação popular.

A importância de uma radicalização do processo elaborativo leva progressivamente o artista a uma situação até então inédita, quando, ao distanciar-se da obra, ele se torna antes condição desta. Uma situação feita diretamente nos meios técnicos, na natureza ou nos elementos comuns. A atitude artística chegou a tal ponto que deixou de ser necessário executar a obra, bastando enunciá-la. A prática é a nova semântica da arte, quando o artista assume a posição do anti-herói, do pressuposto, do que ficou do lado de fora e que não é mais responsável pela realização, pois se tornou exterior a ela e porque qualquer um pode executá-la. A ação da nossa época e as novas tecnologias transformaram os meios e os procedimentos das artes plásticas. As artes dos nossos dias tem um novo significado.

No sistema da escultura, processo e idéia, estrutura inicial, síntese e pesquisa têm sido meios fundamentais da ação vigorosa entre nós de Mário Cravo Júnior, artistas de gestos amplos e de forte expressividade em todo um percurso começado na segunda metade dos anos quarenta, com grandes realizações e sucessivos êxitos ao longo do tempo. Ainda muito jovem, Cravo iniciou sua carreira de artista com sucessos incríveis, expondo individualmente numa boa galeria de Nova Iorque, com êxito de crítica e um lucro de US$ 1.670, em 1949. Logo em seguida, de regresso ao Brasil, ganhou um prêmio na I Bienal de São Paulo e participou da XXVI Bienal de Veneza. Cravo foi também quem inaugurou no Brasil a prática de exposições de esculturas ao ar livre, realizada na Bahia e em São Paulo nos anos cinqüenta. Como excelente pesquisador que sempre foi, experimentou e dominou todos os materiais de que um escultor pode dispor: barro, madeira, pedra, metais e plásticos.

A escultura é um encontro de abstração com a realidade concreta, com o espaço. Mas a abstração não influencia o artista que se serve da abstração para desembaraçar da realidade concreta a realidade que ele nos vai mostrar. Sabemos que a escultura do século XX está impregnada de conhecimentos quase científicos do papel da abstração na criação artística. Abstração e emoção são os pólos essenciais na escultura do nosso século. A escultura contemporânea é um confronto consciente com o material e está profundamente penetrada pelo fator psicológico para refletir a imagem fragmentada do homem da atualidade. A diversificação dos materiais enriqueceu extraordinariamente o repertório do escultor de hoje.

Sobre o autor: Mário Cravo Júnior, que aos 24 anos foi aluno especial de um dos maiores escultores do século, o iugoslavo Ivan Mestrovic, na Universidade de Syracuse, Estados Unidos, trabalhou cerca de dois anos em Nova Iorque, onde conviveu com o grande compositor Villa-Lobos e realizou uma de suas mais belas obras inspirada na personalidade do autor das Bachianas Brasileiras. Viveu, trabalhou e realizou exposições na Alemanha. Nos Estados Unidos, realizou três exposições em Washington, D.C., visitou universidades americanas e fez palestras nos Departamentos de Arte de doze universidades, convidado pelo Departamento de Estado. Visitou duas vezes Jerusalém, representante do Brasil no comitê internacional para formular projetos básicos, com a finalidade de firmar Jerusalém como patrimônio universal. Em 1971, foi convidado a participar da IV Exposição Internacional de Escultura Contemporânea no Museu Rodin, de Paris. Obras suas se encontram expostas nas instituições: Museu de Arte Moderna de Nova Iorque; Museu de Arte Moderna de Jerusalém; Museu de Arte Moderna da Bahia; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu de Arte Contemporânea de São Paulo; Museu de Arte da Bahia; Museu Costa Pinto, Salvador, Bahia; Instituto de Belas Artes de Porto Alegre; Museu Regional de Feira de Santana, Bahia; Museu Hermitage, Rússia; e Walker Art Center, Minneapolis, Estados Unidos.

Meio século de atividade produtiva responde por um longo passado de trabalho constante na vida de Mário Cravo Júnior, passado que pressupõe os modelos fundamentais de toda a história da cultura nos tempos modernos, a passagem da escultura de vulto, determinada pelo modelado, o esculpido ou talhado ? incluídos o expressionismo figurativo e abstrato e a abstração pós-cubista ? a uma escultura espacial, onde as idéias fundamentais de Gabo, Pevgsner ou Moholy Nagy se encontram presentes. O construtivismo, a abstração lírica, uma figuração estruturada e outra expressionista estenderão suas linhas mais ou menos definidas, até que o artista começa a questionar as relações tradicionais entre o espectador e o objeto e surge então uma nova escultura, entre outros aspectos fundamentais, pela inter-relação e interpretação dos espaços da escultura e o contemplador. A experiência da forma, a vivência crítica e o senso táctil da matéria conferem grande importância e dignidade à obra escultórica polimorfa e pujante de Mário Cravo Júnior, figura singular de excepcionalidade em nosso meio e uma das mais seguras expressões da arte brasileira da atualidade.

Informação adicional

Peso 0,640 kg
Dimensões 30 × 21,5 × 1 cm

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